sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Quem é Mark Webber?


Quem é Mark Webber?

Prá quem acompanha Fórmula 1 não é muito difícil de responder esta pergunta.
Quem me conhece sabe que sou fã de Fórmula 1 e acompanho a categoria desde o tempo dos títulos do Emerson Fittipaldi.
(Ok, concordo, estou ficando velho mesmo...rsrsrs)

Mas sobre Webber, vou de qualquer forma dar um resumo aqui:
Mark Webber é australiano e piloto de F1. Aliás o único na categoria por muitos anos.
Antes dele os únicos que fizeram sucesso foram Sir John Arthur "Jack" Brabham - campeão em 1959, 1960 e 1966 - e Alan Jones - campeão em 1980.
Jack Brabham e Alan Jones são tidos como ídolos aqui na Austrália, da mesma forma como idolatramos Senna no Brasil.
Mas voltando à Mark Webber, ele nunca foi um brilhante piloto e sempre teve atuações apagadas desde que começou na F1 em 2002 pela finada Minardi e posteriormente pela igualmente defunta Jaguar.
Em 2009, correndo pela RedBull, conseguiu sua primeira vitória na categoria e alcançando oito pódiuns ao longo do ano.
No ano passado, disputando pela imbatível RedBull, Webber aproveitou de algumas trapalhadas do companheiro Sebastian Vettel e tomou a liderança do campeonato quando faltavam poucas provas para o final da temporada.
Com uma pressão enorme e a preferência (velada) da equipe por Vettel, Mark Webber acabou por desintegrar sua chance de ser campeão do mundo comentendo alguns erros básicos e tendo que se submeter a ordens da equipe para favorecer Vettel (alguém já viu esta novela antes?!?!).
Acabou o campeonato em um mirrado terceiro lugar e tendo que engolir Sebastian Vettel levando o título na última prova.

Tudo bem, já temos uma breve descrição de quem é Mark Webber e de como se desenrolou a F1 em 2010.
Então vamos ao ponto onde quero chegar:
No início deste ano, começaram a aparecer anúncios sobre a etapa australiana da F1 em Melbourne.
As propagandas diziam o seguinte: "A lenda australiana Mark Webber volta à Austrália. Venha ver nosso herói enfrentar seus maiores rivais Vettel, Hamilton e Alonso".
Seguidamente ele aparece também em comerciais, que vão desde vitaminas até automóveis.

Em resumo, não interessa se ele nunca foi um grande piloto, nem que ele jogou o título fora no ano passado, ou que teve que se submeter à ordens de equipe.
Ele é australiano e isto basta para que receba apoio incondicional da mídia e do povo.
Nunca vi uma piadinha sequer sobre ele, nem comentários pejorativos, nem charges, nada na mídia que o colocásse como fracassado.
Esta é uma amostra do espírito do povo australiano. Prá eles, tudo o que é daqui é melhor, maior ou mais importante. Mesmo que não seja.

Acho que deu para entender onde eu quis chegar, né?
Fico chateado de ver a forma como os pilotos brasileiros (além de outros esportistas) acabam virando motivo de gozação pelo fato de não estarem sempre no topo, vencendo todas as provas.
Fico também muito triste e chateado porque isto reflete a forma como o povo brasileiro se enxerga e tem a capacidade de se "auto depreciar" em quase tudo.
É uma pena pois acredito que teríamos condições de ser um país melhor se as atitudes do nosso povo fossem condizentes com isto.
O problema é que tudo acaba em piada. Ou pior ainda, em "pizza".


Novo Emprego
Alguns amigos mais chegados já sabem que recentemente troquei de emprego.
O que a maioria não sabe é que não foi tão fácil como parece.
Na realidade enviei muitos currículos e fiz várias entrevistas de emprego desde o início do ano.
O que mais pega é o fato dos processos de seleção serem geralmente longos e cansativos.
A primeira etapa é o currículo, que deve ser feito sob medida para cada vaga pois, como aprendi na prática aqui, os recrutadores vão procurar o candidato que tem mais a ver com os requisitos para a vaga. Óbvio que isto também acontece no Brasil, mas o nível em que eles vão aqui é muito maior, principalmente se for através uma agência de empregos.
É meio paradoxal, pois existe uma carência de mão de obra muito grande, mas por outro lado a decisão tem que ser bem feita logo de início pois caso o candidato não seja o ideal o processo tem que recomeçar novamente e o próprio fato de não haver mão de obra suficiente dificulta tudo.
Bom, se conseguir ter o currículo selecionado, a segunda etapa é geralmente uma breve entrevista por telefone. As vezes nem tão breve, pois em uma das vezes fiquei falando por uma hora em teleconferência com pessoas de uma empresa.
E aqui vale uma observação, prá gente que não é fluente em inglês falar pelo telefone não é fácil.
Mas sendo aprovado nesta etapa, passa-se para a próxima fase (como num jogo de videogame... só que bem menos divertido) que é a entrevista pessoal, que pode se repetir mais uma ou duas vezes dependendo de cada empresa e de como as coisas vão avançando no processo.
Em uma empresa chegaram a me mandar para um teste psicotécnico que demorou 4 horas prá completar. Saí de lá completamente zonzo, pois além do teste em si ser desgastante, raciocinar em Inglês torna as coisas mais difíceis ainda.
A estas alturas os recrutadores já restringiram os candidatos a menos de 3 ou 4.
Depois da(s) entrevista(s), caso ainda se continue no processo, os recrutadores requisitam permissão para obter referências de 2 ou 3 ex-gerentes ou colegas de trabalho.
Neste ponto os candidatos já foram reduzidos a 2 ou no máximo 3.
Geralmente te chamam para (isto mesmo) mais uma entrevista e ficam de te dar uma resposta dentro de poucos dias.
Com isto, cada processo de seleção levava semanas ou até mais de mês até ter um retorno.
Em pelo menos 4 destas oportunidades (Bunnings, iiNet, RAC e Tiwest) eu fui até a fase final, onde algum outro candidato conseguiu enganar melhor os recrutadores eh eh eh

Em compensação, quando mandei meu currículo para a Scope me chamaram para uma entrevista 4 dias depois.
Fiz a entrevista numa terça-feira, na quarta me pediram para contatar referências, na quinta me ligaram para perguntar se eu poderia ir novamente para uma reunião na sexta de manhã, e na sexta no final da tarde me ligaram para oferecer a vaga.
Me disseram que se eu aceitásse a vaga eles então avisariam a outra pessoa que a vaga havia sido preenchida por um candidato preferencial.
Finalmente tinha chegado a minha vez!!!

Comecei no início de Agosto, trabalhando com implementação de Business Intelligence, num trabalho bem parecido com o que eu fazia na Sadig.
A empresa é muito bacana, fica em Scarborough de frente para o mar. A vista é sensacional.
O único ponto desfavorável é que fica beeeem mais longe de casa e eu levo cerca de uma hora para ir e mais uma hora para voltar.
De resto tudo é melhor em relação ao meu trabalho anterior.


Mudanças na Rotina
Com o novo emprego algumas coisas mudaram em nossa rotina.
A Carla tem um pouco mais de coisas prá fazer, já que eu saio mais cedo e chego mais tarde do que antes. Felizmente os guris ajudam com algumas tarefas. Nem sempre muito felizes e outras vezes sob protesto, mas ajudam eh eh eh
Como tenho que me deslocar 30km para o trabalho e atravessar de SOR (South of the river) para NOR (North of the river) isto inclui passar pelo centro da cidade, que geralmente tem muito trânsito chegando pela manhã e no sentido inverso um bando querendo sair do centro da cidade no final da tarde.
Uma ou duas vezes por semana vou de carro (até porque tenho curso nas terças-feiras a noite no centro de Perth) e nos outros dias vou de transporte público.
Pego trem aqui perto de casa e depois um ônibus mais ao norte já perto do trabalho.

Nunca fui usuário de transporte público no Brasil, mas aqui não tenho o que reclamar. Os trens e ônibus são todos limpos, pontuais e eficientes. Fiz um cartão da Transperth que serve para utilizar o transporte público e tem desconto no preço da tarifa, o que é vantagem já que utilizo diariamente. Basta encostar o cartão nos leitores posicionados na porta dos ônibus ou nas estações do trem para registrar o valor.
Curiosidade: nas estações de trem existem quiosques automáticos para venda dos bilhetes. É só comprar a passagem e entrar no trem. Não tem "cobrador", só eventualmente os fiscais solicitam para ver se os usuários tem a passagem. Se não tiver: Multa!

No mais a vida segue o ritmo.
A Carla continua na Chemist e volta e meia quer matar alguém rsrsrs mas pelo menos o trabalho não é tão estressante, fica perto de casa e ela tem autonomia para fazer as coisas do jeito dela.
Os guris felizmente continuam super bem na escola e bem entrosados com novos amigos.
O Gabriel já se preparando para a excursão de final de ano, quando se "forma" na primary school. Ano que vem vai para o ano 8 na high school.
Na semana passada terminou a temporada de futebol e o Gabriel teve o último jogo. Foi legal participar com ele em cada jogo e também interessante para conhecer novos lugares, mas também vai ser bom poder dormir até um pouco mais tarde nos domingos de manhã
O Ricardo está se preparando para os anos 11 e 12, que são preparatórios para a universidade.
Esta semana fomos a uma reunião na escola dele para pegar um Macbook da Apple, que foi distribuído gratuitamente aos alunos da escola dentro de um programa oferecido pelo governo.
Ele vai ficar com o notebook até o final do ano 12.

Sempre tem muita coisa para contar e mostrar. O problema é achar tempo...


Esta é a vista do escritório do meu novo trabalho em Scarborough