sábado, 28 de novembro de 2009

V8 Supercars: Eu fui!!!

No domingo passado fomos assisitir a corrida da V8 Supercars, a categoria máxima do automobilismo australiano.
Fanáticos que somos, já tínhamos comprado em Junho os ingressos para a pista e padock, e combinado de ir com o Antônio e a Nara, outros dois que gostam deste tipo de evento também.

Na V8 competem carros de linha adaptados para pista e é justamente aí que está a graça: são carros que estão entre os mais vendidos no país. E os autralianos são fissurados em carro também.

Como o próprio nome já diz, os carros são equipados com motores V8 e competem as duas marcas mais tradicionais: Holden, com os Commodore e Ford, com os Falcon.

Só para lembrar, os Holden Commodore são exportados daqui para o Brasil como Chevrolet Ômega e os Falcon são carros similares em tamanho (grandes).

Existem torcidas para os dois lados: os de azul torcem para a Ford e o pessoal da Holden vai de vermelho. Um verdadeiro "GreNal".

E o pessoal torce mesmo. Quando um carro da Holden ultrapassa um Ford que está na liderança, a torcida vermelha grita e bate palmas, enquanto a turma de azul vaia. Se um Ford passa um Holden, obviamente acontece o contrário.

O Antônio foi com uma camiseta da Holden branca, mas não se aguentou ao passar pelo caminhão da Holden e comprou uma bem vermelhona. rsrsrs

Durante todo o dia, além da corrida principal da V8 Supercars, são apresentados diversas corridas e apresentações paralelas.

O público estava muito animado mas comportado, mesmo com a turma tomando muita cerveja prá espantar o calor e o solão intenso, que deixou o dia maravilhoso e muita gente parecendo camarão... haja protetor solar.

A festa vai solta todo o dia e até o hino nacional é motivo prá galera comemorar.

Preparei um vídeo - que foi feito com a máquina fotográfica então a qualidade não está das melhores - que dá para ter uma idéia de como foi evento.
Vai o link abaixo.

Enjoy.

http://www.youtube.com/watch?v=68APA_VVRrc


Tinha um gordinho nestas cadeiras cobertas aí do lado
que passou o dia inteiro comendo...


Os "mates" na V8 Supercars

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Aventuras de uma Família Montenegrina na Austrália

Já que deu algum trabalho para escrever, aproveito para postar o texto abaixo, elaborado para a revista da minha irmã (http://www.diversa.art.br/) em matéria que foi publicada na edição de dezembro/2009.


Aventuras de uma Família Montenegrina na Austrália

Certamente todo mundo já ouviu falar sobre a Austrália.

É um lugar fascinante e sua situação geográfica, um país continental, separado pelo mar de outros continentes, fez com que esta terra desenvolvesse uma fauna a flora diversa e peculiar.

Muitos dos animais que habitam a Austrália só são encontrados aqui, tendo como exemplo mais comum o Canguru, um dos seus símbolos mais conhecidos.

A Austrália também é um país de extremos. Praias paradisíacas, vastos desertos e florestas tropicais comparáveis à Amazônia, coisa que provavelmente pouca gente tem conhecimento.

O país também é um lugar de oportunidades. Com um território pouco menor que o Brasil e cerca de 10% do número de habitantes que o Brasil possui, a Austrália dispõe de um programa de imigração para atrair pessoas para contribuir no crescimento da população e suprir a demanda por mão de obra, crescente mesmo em tempos de crise como agora.

Para dar uma idéia da demanda por gente para trabalhar, é muito comum ver a gurizada na faixa dos 15 anos já trabalhando algumas horas por dia, fora do horário da escola conforme permite a lei.

Da mesma forma os mais veteranos, acima dos 50 ou 60, podem ser encontrados com frequencia em diversas atividades, como caixas de supermercado, atendendo em lojas ou mesmo gerenciando setores de empresas.

O Outro Lado da Austrália

Mas quando se fala de Austrália, as primeiras cidades que vem à mente são Sydney, Melbourne e Adelaide. Eventualmente alguém pode lembrar de Canberra, a capital do país, e mais recentemente Darwin recebeu alguma atenção com o advento do filme “Austrália”.

Com exceção de Canberra, todas as capitais são cidades litorâneas, onde está concentrada a maior parte da população dos oito estados do país.

Um estado pouco conhecido é Western Australia, que como o nome já diz, fica no lado oeste da ilha.

A economia de WA é baseada em extração e exportação de minério de ferro, ouro e gás natural, além da produção e comérico de trigo.

A capital Perth é considerada a metrópole mais isolada do mundo. A metrópole mais próxima é Adelaide a mais de 2.700Km de distância.

Perth é conhecida na Austrália como Cidade Luz, pois quando John Glenn orbitava a Terra no meio da madrugada, a cidade em peso acendeu as luzes para que Perth fosse vista do espaço.

A população atual beira um milhão e seiscentos mil habitantes, sendo a quarta maior cidade australiana.

A cidade ocupa a posição 5 no ranking mundial das cidades com melhor qualidade de vida, segundo a agência de pesquisas The Economist Intelligence, e o 21 lugar segundo a agência Mercer. É uma cidade jovem (fundada em 1829), sendo a população bastante hospitaleira, principalmente com estrangeiros e visitantes.

O povo daqui é muito receptivo e a diversidade de culturas é impressionante. Western Australia é o estado com maior percentual de imigrantes em relação aos australianos genuinamente nascidos.

É comum ver muitos rostos diferentes - chineses, vietnamitas, malasianos, indianos, europeus, africanos – e não é raro ver mulheres vestindo burcas e homens de turbante.

É curioso estar no supermercado e escutar diversos sotaques e idiomas diferentes também.

Existem muitas opções de lazer, desde obviamente as praias até o Swan River, que corta a cidade trazendo uma paisagem belíssima de se apreciar, e ainda infindáveis parques onde o pessoal aproveita para fazer picnics nos finais de semana.

Dá para se dizer que, apesar de ser uma cidade grande e com todas as facilidades de uma metrópole, Perth tem um clima de cidade do interior, sem muita correria e bastante segura.

Prédios de apartamentos só existem próximos ao centro da cidade e as casas, em sua maioria, não tem muros ou grades.

Nossa Experiência

Chegamos aqui em Janeiro deste ano, depois de aguardar cerca de dois anos para obter o visto de residente permanente, que chegou em Dezembro do ano passado.

Depois de muita pesquisa durante o tempo que aguardávamos o visto, decidimos por Perth exatamente por ser mais tranquila e por estar em um estado em pleno desenvolvimento.

Achamos que uma cidade muito grande como Sydney ou Melbourne seria uma mudança muito radical para esta turma aqui saída da calma de Montenegro.

Os primeiros dias foram complicados, atordoados pelo fuso horário de 11 horas e muitas novidades para absorver. Diferentes costumes, outro idioma, dirigir na contramão, alugar casa, comprar carro, móveis, preencher documentação, matricular os guris na escola e por aí vai.

Foi um sufoco, mas acho que no final passamos com "louvor", afinal de contas tentamos nos preparar para que o processo fosse o mais tranquilo possível.

Aos poucos vamos entrando na rotina e virando um pouco australianos, mas não perdemos o contato com as coisas da nossa terra. Já sabemos como pedir picanha no açougue e encontramos até onde comprar aipim, farinha, erva mate, goiabada, pão de queijo da Yoki e bombons Garoto.

De vez em quando bate a saudade da família e dos amigos, que é amenizada com a tecnologia e todos os dias temos contato com alguém no Brasil via "MSNs" e "Skypes" da vida, seja teclando ou até mesmo com vídeo ao vivo.

Além disso mantemos um blog (http://rcmuller.blogspot.com) com os relatos do nosso dia-a-dia para que os amigos possam saber como andam as coisas por aqui.

De qualquer forma, no ano que vem pretendemos ir ao Brasil para matar a saudade e rever a família e os amigos.

Felizmente hoje estamos bem tranquilos, já trabalhando e com os guris indo muito bem na escola.

Tudo o que esperávamos acabamos por encontrar aqui.

Podemos dizer que conseguimos transformar um sonho em realidade.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Sotaques

Obviamente, uma das coisas que chama mais atenção aqui na hora de se comunicar são os diferentes sotaques.
A Austrália é um país composto por estrangeiros, na maioria da população. E cada vez chegam mais.

Em recente pesquisa divulgada na imprensa, foi comentado que aqui em Western Australia, ou mais precisamente em Perth, existe o maior percentual de estrangeiros em relação aos australianos legítimamente nascidos.

(Se bem que alguns amigos brasileiros já estão contribuindo para aumentar a população dentro de alguns meses...)

Quando chegamos aqui, uma das maiores preocupações era com a língua, com medo de errar na hora de falar ou passar vergonha de não conseguirmos nos comunicar.
No início é complicado, mas uma das coisas que facilita muito é a paciência e disposição que o povo tem para ajudar e facilitar a vida de quem ainda é iniciante no idioma.
Justamente por estarem acostumados com estrangeiros, ou até por também serem estrangeiros.

Até pouco tempo, ao conhecer alguma pessoa, eu costumava me desculpar antecipadamente por estar ainda aprendendo inglês.

Há alguns dias, fiz minha primeira "apresentação" oficial na empresa onde trabalho, sobre o planejamento que estou fazendo para o processo de melhoria contínua.
Apesar de estar acostumado a fazer no Brasil apresentações de produtos, palestras e aulas para dezenas de pessoas, fazer isto num idioma ainda não 100% dominado complica bastante.
Com o Powerpoint pronto e já devidamente ensaiado, fui para a sala de reuniões onde me esperavam o diretor da fábrica e os gerentes de todas as áreas.

Para tentar amenizar a barreira da língua, abri a apresentação comentando que se eles tivessem alguma dúvida durante a apresentação que me perguntássem, pois eu ainda estava aprendendo inglês e blá, blá, blá.

Bueno, ninguém comentou nada e comecei o meu discurso.
Depois de terminada a apresentação, todos começaram a debater sobre as idéias e a reunião seguiu normal. Nenhuma dúvida, nenhum desentendimento, parece que todos conseguiram me entender.

Momentos depois pedi aos dois gerentes da manufatura, com quem trabalho diretamente, uma opinião sincera de como eu tinha me saído na apresentação.
Eles fizeram vários comentários positivos sobre a apresentação, e não falaram nada sobre o meu inglês (que era exatamente o que eu queria saber).

Bom, depois deste episódio me convenci de duas coisas: meu inglês não está tão ruim assim e outra, o pessoal aqui não liga tanto para a barreira da língua. Eles tem boa vontade e se esforçam para entender.

Sotaques
Bom, mas e os sotaques.
É normal durante o dia manter contato com pessoas falando inglês com sotaque chinês, italiano, vietnamita (parecido com chinês), britânico... e até australiano.

Falo em "até australiano" porque o sotaque é diferente mesmo.

Ainda vou demorar até me acostumar ao jeito como eles falam palavras terminadas com "er".
Tem uma propaganda na TV da Eagle Boys pizza, que tem o slogan "bigger and better", mas na hora de falar sai algo como "bíga and béta"... eh eh eh
Tem um videozinho do comercial no Youtube.

Esta semana, conversando com a gerente do banco sobre seguros, ela disse que duvidava que nós encontrássemos uma opção que fosse "chípa and béta" do que a que ela estava mostrando.

É tão comum que uma das redes de supermercados daqui, o IGA, chama as lojas de Supa IGA.
Estes dias vi um serviço de entregas que se chamava "Fasta Courrier Service", escrito assim mesmo. rs rs rs

Só para encerrar, uma coisa engraçada são os chineses que as vezes ficam indignados quando a gente não os entende, pois prá eles o inglês deles é ótimo. Eles argumentam que conseguem se entender bem entre eles... AH AH AH

Abraços