terça-feira, 27 de julho de 2010

Ecologicamente falando

É normal que quanto mais se ganha, mais se gasta.

Uma pessoa que ganha muito dinheiro vai começar a comprar mais coisas do que realmente precisa.
Vai ter uma casa com muito espaço sobrando, vai se dar ao luxo de comprar carros mais potentes e gastadores, e assim por diante.
É uma tendência natural do ser humano de sempre querer mais e aquilo que antes parecia superfluo acaba virando necessidade.

Costumo dizer que a gente se acostuma fácil com mordomias... o difícil é se tiver que abrir mão delas.

E assim como as pessoas, o mesmo acontece com um país inteiro.
Quanto mais próspera a economia, mais o povo vai gastar.

Toda esta introdução foi para comentar de uma reportagem que li há alguns dias atrás sobre uma pesquisa que listou os países que menos se preocupam com o meio ambiente no mundo.
Não sei se foi divulgado no Brasil, mas nesta pesquisa a Austrália aparecia em oitavo lugar.
Em segundo lugar estavam os Estados Unidos e em primeiro lugar, pasmem, o Brasil.
A explicação para ter o Brasil em primeiro lugar é devido a falta de preocupação que o país tem com a Amazônia (sempre ela...).

Não faço o tipo ecológico e sou até contra alguns "eco-chatos" que andam por aí, cheios de dircurso e com pouca ação, mas concordo que o Brasil poderia fazer mais pelo meio-ambiente.
Agora, dizer que o Brasil é menos preocupado do que os Estados Unidos (e até mesmo a Austrália) aí já é demais.

Estando aqui a gente vê o quanto este povo gasta, sem se preocupar "ecologicamente" com as coisas.

A idéia deles de ser ecológico é instalar em casa um sistema de aquecimento solar ou painéis solares para gerar energia e comprar eletrodomésticos cada vez mais modernos e com mais "estrelas" de economia de energia.

Claro que isto ajuda, mas no dia a dia a coisa é diferente.
A quantidade de lixo que se gera é muito maior do que no Brasil. Tudo vem numa embalagem, saquinho, caixinha e por aí vai. Isto além do desperdício.
Sabem aquelas folhas impressas de um lado que se guarda para usar o outro lado ou como rascunho? O único cara que vi fazendo isto até hoje foi um indiano, e foi incrível ver a cara de surpresa dos ozzie como quem diz: "prá que fazer isto se tem folhas novas disponíveis?".
Se eles precisam imprimir uma etiqueta, pegam uma folha inteira, imprimem uma e jogam o resto fora. Se precisar mais uma outra hora, fazem a mesma coisa outra vez.

Óbvio que não estou aqui para julgar o que está certo ou errado, mas sim para dar uma idéia de como os costumes são diferentes.
E claro que o povo acostuma com todas estas mordomias.

Vou aproveitar e comentar de um assunto que está rolando na TV desde a semana passada.
Com a onda de frio que bateu aqui, a mídia vem bombardeando os políticos (é época de eleições) com os casos de idosos aposentados que não podem arcar com as contas de gás e energia nestes meses de inverno, e precisam desligar os aquecedores durante a noite.
É isto mesmo, a bronca é porque não podem dormir com os aquecedores ligados a noite toda.
E olha que o frio aqui não é tanto como no sul do Brasil por exemplo.

São diferenças culturais e coisas que a gente vai entendendo no dia a dia vivendo aqui e que nem seriam comentadas no Brasil.

2 comentários:

Joice Kreiss disse...

Credo Beto! Achei que a Austrália estivesse na ponta da fila dos ecologicamente corretos. Essa de desperdiçar uma folha inteira de etiquetas é de doer! Se eles vissem como nós fazemos aqui...
Abração.. Viram que neve caiu por aqui?

Joice

Roberto C. Muller disse...

Pois é, prá vocês verem...
Depois que a gente alugou a primeira casa, no início do ano passado, e começou a comprar móveis e todas as tralhas para equipar a casa, juntamos tanto papelão que eu levei 14 meses prá conseguir ne livrar de tudo.
Isto porque o lixo reciclável só é coletado a cada duas semanas e o limite é o tamanho do bin.
Os papeleiros iam ficar muito felizes rsrssr